Na Avenida da Liberdade viram-se pais a empurrar carrinhos de bebés. Crianças, grupos de jovens, adultos e alguns mais velhos repetiram o que era cantado aos megafones.
Mais do que gente enrascada, foi este um protesto multi-geracional de 200
mil pessoas que se juntaram em Lisboa para descer a Avenida da Liberdade até
ao Rossio.
No caso da Função Pública, em 2010, foram anunciados cortes salariais para além da progressão nas carreiras estar dificultada.
Maria Marques, funcionária pública, diz que não são só os jovens "à rasca". "Está tudo à rasca. Estamos aqui por um futuro melhor. É esta uma manifestação de sonho e esperança. Maria é da opinião que os Homens da Luta, assim como as redes sociais foram importantes para mobilizar a juventude e não só. "Estão aqui pessoas de todas as idades, até crianças, bebés, idosos.”
José Fernandes, também a trabalhar para o Estado, foi só assistir e não prevê um futuro risonho: "A participação política tem de ser maior! Vai tudo para a praia; ninguém vota; estão lá sempre os mesmos. Isto não vai alterar nada. Logo à noite vai tudo para as docas.”
José Teixeira, por sua vez, já na casa dos 50, concorda com os princípios do protesto, “mas o problema está também na forma como nos abstemos da vida democrática”.